Estamos em recesso escolar, que inicia hoje, 29 de jul., e vai até dia 02 de ago..
REGISTRO DA PRÁTICA (Diário de Classe e Notas de Aula), do
Professor Donarte Nunes dos Santos Júnior,
E.M.E.F. PORTO NOVO,
Prefeitura de Porto Alegre – SMED/ RME
quinta-feira, 29 de julho de 2021
segunda-feira, 19 de julho de 2021
ATIVIDADE DA 21ª SEMANA: de 19 a 23 de jul.:
INSTRUÇÃO: LEIA O TEXTO ABAIXO. AO FINAL, FAÇA O QUE SE PEDE:
REVOLUÇÃO DIGITAL
(TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL)
A Revolução Digital, também conhecida como a Terceira Revolução Industrial, refere-se aos processos associados à passagem da tecnologia eletrônica mecânica e analógica para a eletrônica digital, iniciada entre o final dos anos 1950 e o final dos anos 1970, com expansão do uso de computadores digitais e a constituição de arquivos digitais, processo que segue até os dias atuais. Implicitamente, o termo também se refere às mudanças radicais trazidas pela tecnologia digital de computação e comunicação a partir da segunda metade do século XX. Analogamente à Revolução Agrícola e à Revolução Industrial, a Revolução Digital marcou o início da Era da Informação.
No centro dessa revolução está a produção em massa e o uso concentrado dos circuitos lógicos digitais e tecnologias derivadas, incluindo o computador, o telefone celular digital e a Internet. Tais inovações tecnológicas transformaram as técnicas tradicionais de produção e de negócios.
Claude Shannon, um matemático da Bell Labs, é tido como o responsável pela criação das bases da teoria da digitalização, em seu artigo pioneiro em 1948 "A Mathematical Theory of Communication". A revolução digital converteu toda a tecnologia que era analógica para formato digital. Consequentemente, passou a ser possível fazer muitas cópias idênticas ao que fosse original.
No final da década de 1960, surgiu a ARPANET, criada pela agência norte americana ARPA, com o intuito de interligar dados a outros computadores da época, interligando bases militares e universidades que faziam pesquisa para o governo. Mas a Internet conhecida nos dias de hoje, só teve início no começo de 1990, através do World Wide Web (Rede de Alcance Mundial) - as iniciais WWW que digitamos para acessar os sites - criado pela Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN). Antigamente, era apenas de uso exclusivo da indústria bélica, utilizada nas buscas de tecnologia de espionagem. A partir daí o que era de acesso somente de quem tivesse profundo entendimento de computadores, passou a ser alcançado por outras pessoas que não tinham tanto conhecimento. Assim, a Internet que antes era associada a fanáticos por computadores e pesquisadores, ficou popularizada entre diversos tipos de pessoas, fazendo parte dos lares e sendo utilizada por toda a família.
ATUALMENTE
A Internet, que antes era mais restrita aos norte-americanos, explodiu em outros países, penetrando na sociedade, da mesma forma que a energia elétrica no passado. Através do computador, foi possível um novo aumento no uso da escrita, que estava apagada com o avanço das mídias audiovisuais, principalmente a televisão.
Essa popularização deu início a revolução digital, que modificou completamente, a sociedade. O número de pessoas que navegam na Internet cresce a cada dia que passa. Um novo mundo cheio de vantagens e facilidades foi descoberto. Informação, interatividade, relações pessoais, negociações, notícias, compras e outras necessidades do dia-a-dia ganharam um grande espaço na web. O mundo está diminuindo e não há distância geográfica que a Internet não possa proporcionar uma aproximação das pessoas que dela utilizam para manter contatos entre si.
A globalização da Internet é muito maior do que a que veio com as grandes navegações, que ampliaram o mercado. O trabalho feito nos parâmetros da revolução industrial tornou-se muito menos eficaz do que o mercado que a Internet propõe nos dias de hoje. O comércio online explodiu, trazendo uma nova forma de negociação entre os consumidores e as empresas, sem a necessidade de um vendedor para intermediar a compra. Também na medicina, na educação, nas artes e na economia, a Internet revolucionou e possibilitou.
INCLUSÃO E EXCLUSÃO DIGITAL
No Brasil, quem utiliza essa tecnologia da informação pode ser chamado de incluído digitalmente. A inclusão digital ainda é um problema no país. Em 2009, existe uma facilidade maior para a compra de computadores. Desde novembro de 2005, o governo federal pôs em prática um projeto de financiamento de computadores, que tem como objetivo, incluir o máximo de pessoas na sociedade digital. Mesmo com esta melhoria, o Brasil ainda é um país de muita miséria. Logo, ainda é um país de muitos excluídos digitalmente, já que exclusão digital e pobreza estão relacionadas mundialmente.
Com migração das atividades econômicas, governamentais e culturais para a rede, a exclusão digital passa a impedir a redução da exclusão social. Logo, o excluído que estará fora da rede, ficará de fora, também, dos principais fluxos de informação. Além disso, essa nova tecnologia tende a ampliar o distanciamento entre o rico e o pobre.
Outro ponto importante é o mercado de trabalho, que está cada vez mais exigente. Um quesito básico que um funcionário precisa ter para ser contratado em uma empresa é o conhecimento sobre a rede de computadores, já que a Internet é um item necessário em um ambiente de trabalho empresarial. Logo, a exclusão digital e o desemprego possuem uma forte ligação. Para o desenvolvimento de um país, é bastante importante o investimento em incluir quem está de fora desse novo mundo.
Mas a exclusão digital não está ligada somente a quem não tem acesso à rede de computadores. Mesmo que usufrui desta tecnologia, não têm o mínimo de conhecimento sobre ela. A maioria dos usuários não sabe dos riscos que pode correr ao criarem uma conta de e-mail. Um exemplo de risco é a falta de privacidade. Uma empresa pode possuir total acesso aos e-mails do usuário quando e como quiser. Pensadores que vão mais afundo na questão da exclusão digital, acreditam que, quem não está informado o suficiente das vantagens e desvantagens que a rede pode oferecer, conhecendo superficialmente o serviço que está utilizando, pode ser considerado um excluído da sociedade digital.
UMA NOVA DESCOBERTA
→ Anos 50 – Percy Spencer acidentalmente descobre como cozinhar com microondas, involuntariamente inventando o forno de micro-ondas
→ 1969 – Os astronautas caminham na lua
→ 1973 – Martin Cooper desenvolve o primeiro celular portátil (celular)
→ 1976 – Steve Wozniak e Steve Jobs lançam o Apple I: um dos primeiros computadores domésticos pessoais do mundo
→ 1981 – Atingida pelo sucesso da Apple, a IBM lança seu próprio computador pessoal acessível (PC)
→1997 – As empresas de eletrônicos concordam em tornar o Wi-Fi um padrão mundial para a Internet sem fio
Tecnologias que foram feitas para aproximar as pessoas apresentam um resultado contrário na maioria das vezes. Fora que as gerações que se acostumaram a mandar cartas e utilizava outros meios de comunicação, quando se deparam com um computador, não sabem como reagir, e acabam que sendo excluídas digitalmente. A exclusão digital, não se dá a o simples fato das pessoas não apresentarem condições financeiras para adquirir certo equipamento, mas pode ser entendida também, pelo fato de que algumas pessoas não conseguem se adaptar aos novos meios tecnológicos. Por outro lado as tecnologias já fazem parte do nosso dia-a-dia de uma forma impressionante. Quase todo mundo tem ou pelo menos sabe sobre o Facebook, Twitter, Instagram, dentre outras redes que já se tornaram comuns na vida pelo menos dos jovens.
APÓS TER LIDO O TEXTO, RESPONDA:
1) O que foi, afinal, a "Terceira Revolução Industrial?
2) Quando a "Terceira Revolução Industrial" teve início?
3) Onde a "Terceira Revolução Industrial se deu?
4) Qual a grande fonte de energia da "Terceira Revolução Industrial”?
5) Quais foram as grandes “máquinas” surgidas com a "Terceira Revolução Industrial"?
segunda-feira, 12 de julho de 2021
ATIVIDADE DA 20ª SEMANA: de 12 a 16 de jul.:
INSTRUÇÃO: LEIA O TEXTO ABAIXO. AO FINAL, FAÇA O QUE SE PEDE:
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Segunda Revolução Industrial iniciou-se na segunda metade do século XIX (c. 1850 - 1870), e terminou durante a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), envolvendo uma série de desenvolvimentos dentro da indústria química, elétrica, de petróleo e de aço. Outros progressos essenciais nesse período incluem a introdução de navios de aço movidos a vapor, o desenvolvimento do avião, a produção em massa de bens de consumo, o enlatamento de comidas, refrigeração mecânica e outras técnicas de preservação e a invenção do telefone eletromagnético.
Esse período marca também o advento da Alemanha e dos Estados Unidos como potências industriais, juntando-se à França e ao Reino Unido.
A Segunda Revolução Industrial é vista como apenas uma fase da Revolução Industrial já que, de um ponto de vista sócio-tecnológico, não houve uma clara ruptura entre as duas. Na verdade, a 2ª revolução industrial foi um aprimoramento e aperfeiçoamento das tecnologias da Primeira Revolução. Ainda, é argumentável que ela se divide no meio no século XIX, com o crescimento das estradas de ferro, os navios a vapor e invenções cruciais como o processo de Bessemer e o processo de produção de aço de Siemens, com o forno Siemens-Martin, que resultaram no barateamento do aço, transporte rápido e menores custos de produção.
Nos Estados Unidos a Segunda Revolução Industrial é comumente associada com a eletrificação de Nikola Tesla, Thomas Alva Edison e George Westinghouse e com o gerenciamento científico aplicado por Frederick Winslow Taylor.
No passado, o termo "Segunda Revolução Industrial" também era usado na imprensa e pelos industrialistas para se referir às mudanças consequentes da dispersão da nova tecnologia após a Segunda Guerra Mundial. O entusiasmo e os debates sobre os perigos e os benefícios da Era Atômica foram mais intensos e duradouros que os sobre a Era Espacial, mas ambos eram compreendidos como propulsores de uma nova Revolução Industrial.
No início do século XXI, o termo "Segunda Revolução do Trabalho” também tem sido usado para se referir aos efeitos antecipados de um hipotético sistema de nanotecnologia molecular sobre a sociedade. Nesse cenário mais recente, a manufatura deixaria a maioria dos processos manufatureiros de hoje obsoletos, impactando todas as facetas da economia moderna. Esse artigo se refere exclusivamente a primeira definição.
A Segunda Revolução Industrial iniciou-se na segunda metade do século XIX (c. 1850 - 1870), e terminou durante a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), envolvendo uma série de desenvolvimentos dentro da indústria química, elétrica, de petróleo e de aço. Outros progressos essenciais nesse período incluem a introdução de navios de aço movidos a vapor, o desenvolvimento do avião, a produção em massa de bens de consumo, o enlatamento de comidas, refrigeração mecânica e outras técnicas de preservação e a invenção do telefone eletromagnético.
INVENÇÕES
MÁQUINA A VAPOR
Uma das invenções mais importantes para a comunicação de ideias técnicas foi a prensa móvel movida a vapor, inventada nas décadas anteriores à Revolução. Isso permitiu a invenção da máquina de fazer papel no começo do século XIX. A segunda revolução industrial também viu a introdução da composição tipográfica com a linotipia e a monotipia e o processo de produção através da madeira que enfim libertava as corporações dos limitados suportes de algodão e linho. Essa difusão de conhecimento na Grã-Bretanha, foi o resultado da revogação em meados de 1870 dos impostos sobre o papel, o que encorajou o crescimento do jornalismo técnico e dos periódicos através do barateamento da produção.
Invenções e suas aplicações foram bem mais difundidas nessa Revolução (ou fase da revolução) que antes. Esse período viu o crescimento das máquina operatrizes na África capazes de fazer partes necessárias para o uso em outras máquinas. Também surgiu a linha de produção para a fabricação de produtos de consumo.
O motor a vapor foi desenvolvido e aplicado na Grã-Bretanha durante o século XVIII e somente exportado com lentidão à Europa e ao resto do mundo no século XIX, ao longo da Revolução Industrial. Em contraste, na Segunda Revolução Industrial, desenvolvimentos práticos do motor de combustão interna apareceram em muitos países industrializados e o intercâmbio de ideias aconteceu de forma bastante rápida.
O desenvolvimento do motor de combustão interna foi um motivador dos automóveis primitivos na França em 1870, mas esses nunca foram produzidos em quantidade. Foi Gottlieb Daimler que realmente fez a façanha de usar petróleo ao invés de gás de carvão (coal gas) como combustível para o automóvel alguns anos depois. E então Henry Ford fez do motor de combustão interna um fenômeno do mercado em massa, utilizando-se da linha de produção.
COMBUSTÍVEL PARA O PROGRESSO
A Primeira Revolução Industrial foi baseada somente em ferro e carvão mas na segunda surgiu um novo combustível que mudou o mundo; o petróleo, com esse novo combustível sendo usado em motores de combustão e em maquinas eles ganharam uma potencia incrível que aumentou muito a eficiência e fez industrias crescerem ainda mais no ramo.
Com tantas invenções as pessoas não queriam mais viver no campo e se mudaram para as cidades para trabalharem o que gerou o êxodo rural fazendo grande aumento na população urbana e diminuindo a rural, essas pessoas buscavam de emprego na indústria. A abundância da oferta de mão-de-obra, que incluíam crianças e mulheres, está intimamente ligada ao rebaixamento dos salários e à degradação das condições de trabalho, mulheres e crianças, com um ao desemprego urbano, bem como aos impactos sociais decorrentes já que havia mais oferta do que demanda de mão de obra. Também foi notável a expansão do número de trabalhadores de colarinho branco e o crescente envolvimento em sindicatos.
APÓS TER LIDO O TEXTO, RESPONDA:
1) O que foi, afinal, a "Segunda Revolução Industrial?
2) Quando a "Segunda Revolução Industrial" teve início?
3) Onde a "Segunda Revolução Industrial se deu?
4) Qual a grande fonte de energia da "Segunda Revolução Industrial”?
5) Quais foram as grandes máquinas surgidas com a "Segunda Revolução Industrial"?
segunda-feira, 5 de julho de 2021
ATIVIDADE DA 19ª SEMANA: de 05 a 09 de jul.:
INSTRUÇÃO: LEIA O TEXTO ABAIXO. AO FINAL, FAÇA O QUE SE PEDE:
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos.
A Revolução Industrial é um divisor de águas na história e quase todos os aspectos da vida cotidiana da época foram influenciados de alguma forma por esse processo. A população começou a experimentar um crescimento sustentado sem precedentes históricos, com uma boa renda média. Nas palavras de Robert E. Lucas Jr., ganhador do Prêmio Nobel: "Pela primeira vez na história o padrão de vida das pessoas comuns começou a se submeter a um crescimento sustentado ... Nada remotamente parecido com este comportamento econômico é mencionado por economistas clássicos, até mesmo como uma possibilidade teórica."
O início e a duração da Revolução Industrial variam de acordo com diferentes historiadores. Eric Hobsbawm considera que a revolução "explodiu" na Grã-Bretanha na década de 1780 e não foi totalmente percebida até a década de 1830 ou de 1840, enquanto T. S. Ashton considera que ela ocorreu aproximadamente entre 1760 e 1830. Alguns historiadores do século XX, como John Clapham e Nicholas Crafts, têm argumentado que o processo de mudança econômica e social ocorreu de forma gradual e que o termo "revolução" é equivocado. Este ainda é um assunto que está em debate entre os historiadores.
O PIB per capita manteve-se praticamente estável antes da Revolução Industrial e do surgimento da economia capitalista moderna. A revolução impulsionou uma era de forte crescimento econômico nas economias capitalistas e existe um consenso entre historiadores econômicos de que o início da Revolução Industrial é o evento mais importante na história da humanidade desde a domesticação de animais e a agricultura. A Primeira Revolução Industrial evoluiu para a Segunda Revolução Industrial, nos anos de transição entre 1840 e 1870, quando o progresso tecnológico e econômico ganhou força com a adoção crescente de barcos a vapor, navios, ferrovias, fabricação em larga escala de máquinas e o aumento do uso de fábricas que utilizavam a energia a vapor.
CONTEXTO HISTÓRICO
Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo.
Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.
Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica, econômica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países fiéis ao catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente: os países protestantes.
De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha, integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo seria um produto da Revolução Industrial e não sua causa.
Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Europa produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).
A Revolução Industrial ocorreu primeiramente na Europa devido a três fatores: 1) os comerciantes e os mercadores europeus eram vistos como os principais manufaturadores e comerciantes do mundo, detendo ainda a confiança e reciprocidade dos governantes quanto à manutenção da economia em seus estados; 2) a existência de um mercado em expansão para seus produtos, tendo a Índia, a África, a América do Norte e a América do Sul sido integradas ao esquema da expansão econômica europeia; e 3) o contínuo crescimento de sua população, que oferecia um mercado sempre crescente de bens manufaturados, além de uma reserva adequada (e posteriormente excedente) de mão-de-obra.
O PIONEIRISMO BRITÂNICO
O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revolução Industrial por diversos fatores:
→ Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido sistema de guildas, razão pela qual a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a liberação da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo.
→ O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e ampliar os lucros.
→ A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português.
→ A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo, principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão-de-obra em abundância desde a Lei dos
→ Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos em busca de trabalho nas manufaturas.
→ A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e máquinas e contratar empregados.
Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se constatar que a taxa de juros no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano; já na China, onde praticamente não existia progresso econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.
O LIBERALISMO DE ADAM SMITH
As novidades da Revolução Industrial trouxeram muitas dúvidas. O pensador escocês Adam Smith procurou responder racionalmente às perguntas da época. Seu livro A Riqueza das Nações (1776) é considerado uma das obras fundadoras da ciência econômica. Ele dizia que o individualismo é útil para a sociedade. Seu raciocínio era este: quando uma pessoa busca o melhor para si, toda a sociedade é beneficiada. Exemplo: quando uma cozinheira prepara uma deliciosa carne assada, você saberia explicar quais os motivos dela? Será porque ama o seu patrão e quer vê-lo feliz ou porque está pensando, em primeiro lugar, nela mesma ou no pagamento que receberá no final do mês? De qualquer maneira, se a cozinheira pensa no salário dela, seu individualismo será benéfico para ela e para seu patrão. E por que um açougueiro vende uma carne muito boa para uma pessoa que nunca viu antes? Porque deseja que ela se alimente bem ou porque está olhando para o lucro que terá com futuras vendas? Graças ao individualismo dele o freguês pode comprar boa carne. Do mesmo jeito, os trabalhadores pensam neles mesmos. Trabalham bem para poder garantir seu salário e emprego.
Nesta perspectiva, portanto, é correto afirmar que os capitalistas só pensam em seus lucros. No entanto, como para lucrar precisariam vender produtos bons e baratos, no fim, acabaria contribuindo com a sociedade. Como o individualismo seria bom para toda a sociedade, as pessoas deveriam viver de modo que pudessem atender livremente a seus interesses individuais.
Para Adam Smith, o Estado é quem atrapalhava a liberdade dos indivíduos. Para o autor escocês, "o Estado deveria intervir o mínimo possível sobre a economia". Se as forças do mercado agissem livremente, a economia poderia crescer com vigor. Desse modo, cada empresário faria o que bem entendesse com seu capital, sem ter de obedecer a nenhum regulamento criado pelo governo. Os investimentos e o comércio seriam totalmente liberados. Sem a intervenção do Estado, o mercado funcionaria automaticamente, como se houvesse uma "mão invisível" ajeitando tudo. Ou seja, o capitalismo e a liberdade individual promoveriam o progresso de forma harmoniosa.
AVANÇOS TECNOLÓGICOS
O início da Revolução Industrial está intimamente ligado a um pequeno número de inovações, a partir da segunda metade do século XVIII. Na década de 1830, os seguintes ganhos foram obtidos em tecnologias importantes:
→ Têxteis - a fiação mecanizada de algodão alimentada por vapor ou água aumentou a produção de um trabalhador por um fator de cerca de 500. O tear elétrico aumentou a produção de um trabalhador em um fator de mais de 40. O descaroçador de algodão aumentou a produtividade de remover sementes de algodão por um fator de 50. Grandes ganhos de produtividade também ocorreram na fiação e tecelagem de lã e linho, mas não eram tão grandes quanto no algodão.
→ Máquina a vapor - a eficiência dos motores a vapor aumentou, de modo que eles usaram entre um quinto e um décimo do combustível. A adaptação de motores a vapor estacionários ao movimento rotativo os tornou adequados para usos industriais. O motor de alta pressão tinha uma alta relação potência / peso, tornando-o adequado para o transporte. A energia do vapor sofreu uma rápida expansão após 1800.
→ Fabricação de ferro - a substituição de coque por carvão reduziu bastante o custo de combustível da produção de ferro gusa e ferro forjado. O uso de coque também permitiu a produção de altos fornos, resultando em economias de escala. O motor a vapor começou a ser usado para bombear água e para propulsionar o ar de combustão em meados da década de 1750, permitindo um grande aumento na produção de ferro, superando a limitação da potência da água. O cilindro de sopro de ferro fundido foi usado pela primeira vez em 1760. Mais tarde foi aprimorado, tornando-o de dupla ação, o que permitiu temperaturas mais altas do alto-forno. O processo de formação de poças produziu um ferro de qualidade estrutural a um custo menor do que a forno de fundição. O laminador era quinze vezes mais rápido que martelar ferro forjado. O sopro quente (1828) aumentou consideravelmente a eficiência de combustível na produção de ferro nas décadas seguintes.
→ Invenção de máquinas-ferramentas - As primeiras máquinas-ferramentas foram inventadas. Estas incluíam o torno de corte de parafuso, a máquina de perfuração de cilindros e a máquina de fresagem. As máquinas-ferramentas possibilitaram a fabricação econômica de peças metálicas de precisão, embora tenham sido necessárias várias décadas para desenvolver técnicas eficazes.
MOTOR A VAPOR
As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII. Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e fabricavam tecidos. Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na mesma proporção. Por isso, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias.
As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele período de Revolução Industrial. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se transformaram, numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou. As máquinas a vapor bombeavam a água para fora das minas de carvão. Eram tão importantes quanto as máquinas que produziam tecidos.
As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de ser trocados durante o percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir centenas de quilômetros. Assim, a Revolução Industrial tornou o mundo mais veloz. Como essas máquinas substituíam a força dos cavalos, convencionou-se em medir a potência desses motores em HP (do inglês horse power ou cavalo-força).
EXPANSÃO PELO MUNDO
Até 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os países industrializados. Estima-se que o país, enquanto pioneiro, chegou a produzir 75% da energia produzida por máquinas a vapor a nível mundial. Embora outros países já contassem com fábricas e equipamentos modernos, esses eram considerados uma "miniatura de Inglaterra", como por exemplo os vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem desenvolvidos, porém não possuíam a tecnologia das fábricas inglesas.
EUROPA CONTINENTAL
Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na época, eram as regiões mineradoras de carvão; lugares como o norte da França, nos vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e também em algumas regiões da Bélgica. A Alemanha nessa época ainda não havia sido unificada. Eram 39 pequenos reinos e dentre esses a Prússia, que liderava a Revolução Industrial. A Alemanha se unificou em 1871, quando a Prússia venceu a Guerra Franco-Prussiana.
Fora estes lugares, a industrialização ficou presa às principais cidades, como Paris e Berlim; aos centro de interligação viária, como Lyon, Colônia, Frankfurt am Main, Cracóvia e Varsóvia; aos principais portos, como Hamburgo, Bremen, Roterdã, Le Havre, Marselha; a polos têxteis, como Lille, Região do Ruhr, Roubaix, Barmen-Elberfeld (Wuppertal), Chemmitz, Lodz e Moscou; e a distritos siderúrgicos e indústria pesada, na bacia do rio Loire, do Sarre, e da Silésia.
Após 1830, a produção industrial se descentralizou da Inglaterra e se expandiu rapidamente pelo mundo, principalmente para o noroeste europeu, e para o leste dos Estados Unidos. Porém, cada país se desenvolveu em um ritmo diferente baseado nas condições econômicas, sociais e culturais de cada lugar.
Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870, houve a Unificação Alemã que, liderada por Bismarck, impulsionou a Revolução Industrial no país que já estava ocorrendo desde 1815. Foi a partir dessa época que a produção de ferro fundido começou a aumentar de forma exponencial. Na Itália a unificação política realizada em 1870, à semelhança do que ocorreu na Alemanha, impulsionou, mesmo que atrasada, a industrialização do país. Essa só atingiu ao norte da Itália, pois o sul continuou basicamente agrário. Muito mais tarde, começou a industrialização na Rússia, nas últimas décadas do século XIX. Os principais fatores para que ela acontecesse foram a grande disponibilidade de mão-de-obra, intervenção governamental na economia através de subsídios e investimentos estrangeiros à indústria.
JAPÃO E ESTADOS UNIDOS
A modernização do Japão data do início da era Meiji, em 1867, quando a superação do feudalismo unificou o país. A propriedade privada foi estabelecida. A autoridade política foi centralizada possibilitando a intervenção estatal do governo central na economia, o que resultou no subsidio a indústria. E como a mão-de-obra ficou livre dos senhores feudais, ocorreu assimilação da tecnologia ocidental e o Japão passou de um dos países mais atrasados do mundo a um país industrializado.
Nos Estados Unidos a industrialização começou no final do século XVIII, e foi somente após a Guerra da Secessão que todo o país se tornou industrializado. A industrialização relativamente tardia dos Estados Unidos em relação à Inglaterra pode ser explicada pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, já na Inglaterra existia pouca terra per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa na agricultura em relação à Inglaterra e consequentemente demorou bastante tempo para que a indústria ficasse mais importante que a agricultura.
Outro fator é que os Estados do sul eram escravagistas o que retardava a acumulação de capital, como tinham muita terra eram essencialmente agrários, impedindo a total industrialização do país que até a segunda metade do século XIX era constituído só pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos. O término do conflito resultou na abolição da escravatura o que elevou a produtividade da mão de obra. aumentando assim a velocidade de acumulação de capital, e também muitas riquezas naturais foram encontradas no período incentivando a industrialização.
LUSOFONIA
Em Portugal, as reformas de Mouzinho da Silveira liquidam os resquícios das estruturas feudais e consolidam a burguesia no poder, modernizando o país. Na segunda metade do século XIX, implanta-se a malha ferroviária no país em paralelo a um desenvolvimento industrial e do comércio, à dinâmica do colonialismo, e a uma grande emigração, principalmente em direção ao Brasil e aos Estados Unidos.
A industrialização no Brasil pode ser dividida em quatro períodos principais: o primeiro período, de 1500 a 1808, chamado de "Proibição"; o segundo período, de 1808 a 1930, chamado de "Implantação"; o terceiro período, de 1930 a 1956, conhecido como fase da Revolução Industrial Brasileira, e o quarto período, após 1956, chamado de fase da internacionalização da economia brasileira. Ao final da Segunda Guerra Mundial o Brasil dispunha de grandes reservas de moeda estrangeira, divisas, fruto de ter exportado mais do que importado e houve um crescimento de 8,9% de 1946 a 1978. Enquanto nas décadas anteriores houve predominância da indústria de bens de consumo, na década de 40 outros tipos de atividade industrial começam a se desenvolver como no setor de minerais, metalurgia, siderurgia, ou seja setores mais sofisticados tecnologicamente. Em 1946 teve início a produção de aço da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Volta Redonda, que abriu perspectivas para o desenvolvimento industrial do pais, já que o aço constitui a base ou a "matriz" para vários ramos ou tipos de indústria.
IMPACTO
SOCIAL
Na esfera social, o principal desdobramento da Revolução Industrial foi a transformação nas condições de vida nos países industriais em relação aos outros países da época, havendo uma mudança progressiva das necessidades de consumo da população, à medida que novas mercadorias foram sendo produzidas. A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, criando enormes concentrações urbanas.[30] A população de Londres passou de 800.000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo. No início da Revolução Industrial, os operários viviam em péssimas condições de vida e trabalho. O ambiente das fábricas era insalubre, assim como os cortiços onde muitos trabalhadores viviam. A jornadas de trabalho chegava a 80 horas semanais, e os salários variavam em torno de 2,5 vezes o nível de subsistência. Para mulheres e crianças, submetidos ao mesmo número de horas e às mesmas condições de trabalho, os salários eram ainda mais baixos.
A produção em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores passava a dominar apenas uma etapa da produção, mas sua produtividade ficava maior. Como a produtividade do trabalho aumentava os salários reais dos trabalhadores ingleses aumentaram em mais de 300% entre 1800 até 1870. Devido ao progresso ocorrido nos primeiros 90 anos de industrialização, em 1860 a jornada de trabalho na Inglaterra já se reduzia para cerca de 50 horas semanais (10 horas diárias em cinco dias de trabalho por semana). Segundo a teoria marxista, o salário corresponde ao custo de reprodução da força de trabalho, ou seja, ao valor mínimo necessário para que o trabalhador sobreviva. Esse nível mínimo de subsistência varia historicamente. Os trabalhadores, notadamente a partir do século XIX, passaram a pressionar os seus patrões, reivindicando melhores condições de trabalho, maiores salários e crescentes reduções da jornada de trabalho. Com maiores salários, o conjunto dos trabalhadores pôde também elevar o seu nível de consumo, tornando possível a produção em massa de bens de consumo.
SINDICALISMO
Os primeiros sindicatos nasceram na Inglaterra, após a Revolução Industrial, no século XVIII e se expandiram pelo século XIX. O capitalismo se consolidou e se tornou o modo de produção predominante. As mudanças tecnológicas causaram impacto no processo produtivo pela substituição da mão-de-obra. Para aumentar e manter o lucro máximo, a chamada mais-valia, os donos do capital, ou seja, a classe da burguesia impunha um ritmo de trabalho de 16 horas diárias, o trabalho infantil e das mulheres, sem direitos e péssimas condições nos locais. Para combater essa exploração, a classe operária criou os sindicatos, que atuaram de forma clandestina – Trade-unions (uniões de ofícios). Os empregados das fábricas formaram associações e sindicatos, a princípio proibidos e duramente reprimidos, durante a Primeira Revolução Industrial. Na segunda metade do século XIX, a organização dos trabalhadores assume um considerável nível de ideologização. O sindicalismo na virada do século XX é caracterizado por veleidades revolucionárias e de independência em relação aos partidos políticos.
Em 1837, os operários reivindicaram pelo direito a liberdade de atuação, inclusive pelo direito de voto para todos. Em 1864 é criada em Londres a Associação Internacional de Trabalhadores, a Internacional, primeira central sindical mundial da classe trabalhadora. No mesmo ano, na França, é reconhecido o direito de greve. As mobilizações continuaram e, em 1871, os trabalhadores conquistaram o poder político na França, por alguns dias, a ação ficou conhecida como a Comuna de Paris. Após a Primeira Guerra Mundial, uma parte dos sindicatos se alinha ao ideário socialista e comunista, enquanto outra parte se inclina para o reformismo ou para a tradição cristã. Em 1919 é criada a Organização Internacional do Trabalho, um dos mais antigos organismos internacionais, com direção tripartite, composta por representantes dos governos, dos trabalhadores e dos empregadores.
LUDISMO E CARTISMO
Reclamações contra as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão-de-obra já eram normais. Mas foi em 1811 que o estopim estourou e surgiu o movimento ludista, "uma forma mais radical de protesto". O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os manifestantes sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas". Anos depois os operários ingleses mais experientes adotaram métodos mais eficientes de luta, como a greve e o movimento sindical.
O movimento cartista foi organizado pela Associação dos Operários, exigindo melhores condições de trabalho, incluindo: a limitação de oito horas para a jornada de trabalho; a regulamentação do trabalho feminino; a extinção do trabalho infantil; a folga semanal e o salário mínimo. Este movimento lutou ainda pela instituição de novos direitos políticos, como o estabelecimento do sufrágio universal (nesta época, o voto era um direito dos homens, apenas), a extinção da exigência de ter propriedades para que se pudesse ser eleito para o parlamento e o fim do voto censitário. Esse movimento se destacou por sua organização e por sua forma de atuação, chegando a conquistar diversos direitos políticos para os trabalhadores.
ECONÔMICO
A partir da Revolução Industrial, o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de um salário. Outra das consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento econômico. Antes dela, o progresso econômico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e após, a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5, já entre 1780 e 1880 ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.
Para E. P. Thompson, o incremento da população nesse período se sustentou principalmente por uma longa série de boas colheitas e numa melhora do padrão de vida desenvolvido nos primeiros momentos da Revolução Industrial; com o avanço da industrialização na primeira metade do século, no entanto, a saúde da população urbana começou a deteriorar, principalmente devido à imensa concentração populacional nas cidades que sofreria com as epidemias, péssimas condições de habitação, deformações e estafa causadas pelo trabalho e a alimentação insuficiente e inadequada. A medicina, nesse momento, parece ter sido pouco eficaz no combate a esses problemas.
A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se aglomeravam em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, com condições horríveis de higiene e salubridade. Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas. Engels realizou um relato impressionantemente detalhado de cada região da Inglaterra em seu "A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra". Apesar das especificidades de cada cidade, é possível encontrar diversos aspectos em comum. Em geral, os operários moravam em cortiços de um ou dois andares dispostos em fila, e quase sempre construídos irregularmente. As casas mais sofisticadas, ascottages, pertenciam aos setores superiores do operariado, e possuíam até quatro cômodos e cozinha. No entanto, os locais, geralmente, eram extremamente sujos, com ruas não pavimentadas, sem esgotos ou calçadas, repletos de detritos humanos e animais e poças lamacentas, que às vezes chegam a cobrir até os joelhos. As habitações quase sempre não possuíam ventilação, e a falta de espaços livres fazia com que a secagem das roupas fosse feita no meio das próprias ruas. O mau cheiro era praticamente insuportável; os muros dos bairros estavam destruídos, os vidros, inexistentes, as portas das casas eram feitas com pedaços de plantas. As casas não possuíam móveis: as mesas e cadeiras, quando existiam, eram feitas com caixas; aquelas se constituem, assim como as fábricas, como domicílios escuros, úmidos e apertados (algumas delas chegam a ser subterrâneas, em condições muito piores do que as similares encontradas no campo).
O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas. Estudos sobre as variações na altura média dos homens no norte da Europa, sugerem que o progresso econômico gerado pela industrialização demorou varias décadas até beneficiar a população como um todo. Eles indicam que, em média, os homens do norte europeu durante o início da Revolução Industrial eram 7,6 centímetros mais baixos que os que viveram 700 anos antes, na Alta Idade Média. É estranho que a altura média dos ingleses tenha caído continuamente durante os anos de 1100 até o início da revolução industrial em 1780, quando a altura média começou a subir. Foi apenas no início do século XX que essas populações voltaram a ter altura semelhante às registradas entre os séculos IX e XI.[37] A variação da altura média de uma população ao longo do tempo é considerada um indicador de saúde e bem-estar econômico. Apesar destes dados à longo prazo, a afirmação de que a condição de vida dos trabalhadores melhorara é polêmica, principalmente se considerarmos as condições de moradia e trabalho, que inclusive incluía o trabalho infantil. Do mesmo modo,não se pode dizer que essa possível melhora da saúde e do bem-estar sejam frutos diretos da Revolução Industrial, também envolvendo a consolidação do Estado e dos serviços públicos prestados à população, como o saneamento básico, bem como a melhora das condições de alimentação.
Apesar do evidente desenvolvimento tecnológico e da relativa melhora de condições de vida, muitas críticas são realizadas ao tipo de produção que passou a ser desenvolvida a partir da Revolução Industrial -- àquela da produção em massa e em benefício do enriquecimento individual.[38] Alguns desses críticos defendem uma modificação da produção e do consumo de forma a se conquistar um desenvolvimento sustentável, afirmando que essa forma de produção é danosa ao meio ambiente. Outros, questionam a associação entre a vida urbana e industrializada com uma vida mais saudável e superior a do campo, denunciando os altos índices de depressão e suicídio na sociedade contemporânea. É o caso do filósofo Serge Latouche, que busca romper com a ideologia do "crescimento pelo crescimento" e do desenvolvimento tecnológico sem reflexão.
INSTRUÇÃO: LEIA O TEXTO ABAIXO. AO FINAL, FAÇA O QUE SE PEDE:
1) O que foi, afinal, a "Revolução Industrial?
2) Quando a "Revolução Industrial" teve início?
3) Onde a "Revolução Industrial se deu?
4) Qual a grande fonte de energia da "Revolução Industrial?
5) Por que a "Revolução Industrial" é considerada um "divisor de águas" na história?
6) Quais foram as grandes máquinas surgidas com a "Revolução Industrial"?
21ª AULA: AVALIAÇÃO SEM CONSULTA!
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